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25 de Abril de 2024

Procuradoria pede quebra de sigilo bancário e fiscal de Fernando Capez

"Não tenho nada a temer. Quero esclarecer essa história até o fim", disse o professor Capez.

Publicado por Fátima Burégio
há 8 anos

A Procuradoria-Geral de Justiça de São Paulo pediu ao Tribunal de Justiça (TJ), na sexta-feira (5), a quebra dos sigilos bancário e fiscal do presidente da Assembleia Legislativa, deputado Fernando Capez (PSDB), citado no esquema de propinas da merenda escolar descoberto na Operação Alba Branca.

A informação foi confirmada neste sábado (6) ao G1 pela assessoria de imprensa da Procuradoria, da qual pertence o Ministério Público Estadual (MPE), que é responsável pela investigação da fraude na alimentação. Não foram informados os nomes dos demais envolvidos que também tiveram pedida a quebra dos sigilos pela investigação.

Capez e outras pessoas são investigados por suposto envolvimento com membros de uma cooperativa que fraudava licitações em mais de 20 prefeituras no estado de São Paulo. A investigação apura se eles cometeram corrupção ativa e passiva, tráfico de influência e estão envolvidos em organização criminosa.

Procurada nesta manhã pela equipe de reportagem para comentar o assunto, a assessoria de imprensa de Capez informou por meio de nota que, antes mesmo de a Procuradoria ter pedido a quebra dos sigilos, ele já havia solicitado ao órgão que requeresse seus dados bancários e fiscais à Justiça.

De acordo com a assessoria de Capez, o deputado entregou na segunda-feira (1º) seus sigilos bancário e fiscal. "Não tenho nada a temer. Quero esclarecer essa história até o fim. Tanto que vou trabalhar pela instalação da CPI requerida na Assembleia Legislativa. Inclusive, já assinei o pedido para criação da CPI", informa nota publicada pela assessoria do político.

Também por nota, a assessoria do MPE informou ao G1 que foi Capez quem pediu à Procuradoria para requerer na Justiça a quebra dos seus próprios sigilos. O pedido da Procuradoria foi protocolado no Tribunal de Justiça porque Capez é deputado estadual. Pela Constituição, o TJ pode autorizar esse procedimento.

"O pedido do Procurador-Geral se deu em razão do foro por prerrogativa de função do qual goza o deputado estadual e membro do MP licenciado, que colocou à disposição da Justiça os seus dados bancários e fiscais, requerendo sua inquirição", explica a nota do Ministério Público.

Capez também é procurador de Justiça do MPE, licenciado para exercer o mandato de deputado estadual.

A equipe de reportagem não conseguiu localizar a assessoria de imprensa do TJ para comentar o assunto.

"O Procurador-Geral encaminhará ao Procurador-Geral da República as peças relacionadas aos deputados federais citados no inquérito policial e requereu o desmembramento das investigações, que terão continuidade também em Bebedouro", continua a nota do MPE.

"Além das providências relacionadas às investigações criminais, o Procurador-Geral de Justiça definiu representações específicas ao Tribunal de Contas da União, à Controladoria-Geral da União e ao Conselho Deliberativo do FNDE para o aperfeiçoamento dos mecanismos de controle e fiscalização do repasse de recursos públicos para a aquisição de merenda escolar e de fomento à agricultura familiar e do empreendedorismo rural familiar, dada a sua aplicação em todo o território nacional", termina a nota.

Quebra de sigilos De acordo com o Ministério Público Estadual, o requerimento pela quebra dos sigilos de Capez foi feito pelo procurador-geral de Justiça, Márcio Fernando Elias Rosa. Ele requereu ao TJ "a abertura de procedimento investigatório relacionado à Operação Alba Branca que envolve, em tese, agentes públicos detentores de foro especial, além de outras pessoas. Dentre as pessoas a serem investigadas figura o deputado estadual Fernando Capez", informa nota do MPE.

Segundo o MPE, "o objeto da investigação deverá ser a contratação celebrada pela Coaf [Cooperativa Orgânica Agrícola Familiar] com a Secretaria de Estado da Educação para o fornecimento de itens da merenda escolar".

Ainda de acordo com o Ministério Público Estadual, "o conteúdo do inquérito está protegido por sigilo por decisão da Justiça de Bebedouro [sede da Coaf]."

A Coaf é investigada pelo suposto esquema de venda superfaturada de produtos agrícolas e suco de laranja destinados à merenda. A descoberta se deu no dia 19 janeiro deste ano com a Operação Alba Branca. Funcionários e membros da cooperativa tiveram a prisão temporária decretada pela Justiça a pedido do MPE e da Polícia Civil.

Por G1

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Vamos nos agarrar ao fragilizado princípio da presunção de inocência para continuar tendo um pouco de fé naquele que representa um ícone no Direito Penal.
Vamos esperar o desfecho para não julgar ou tirar conclusões precipitadas. continuar lendo

Vossa Excelência esta se esquecendo de quebrar o principal, o sigilo telefônico, dele e de toda a família, amigos próximos e parentes também deveriam ter sigilos quebrados, já que ele demonstra estar seguro, que em nome dele nada vai ser encontrado, e quantos telefones usou, trocou, e se usava telefone em nome de outros. E contas no exterior, de todos parentes, dele da esposa, dos filhos, e dos parentes, ai se ele for culpado aparecerá, e para finaliza, ver as despesas da família, e se mantem patrimônio de acordo com seus ganhos. Antes de ser funcionário, ate os dias de hoje.
Não esquecer de ver o Patrimônio de todos, se são compatíveis. Se não fizer isso, não estará interessado em fazer justiça, colocando um ladrão, se provas encontrar na Cadeia. continuar lendo

Brilhante observação, José Carlos da Silva Faria. Já ia começar a perguntar por que não também a quebra do 'sigilo telefônico' quando deparei com sua oportuna cobrança. Imagina se fosse com o Lula/Dilma/PT. Sou petista filiado desde 1986, jamais o neguei e agora, mais que nunca, pois não tolero injustiça, sobretudo sob a forma abjeta de discriminação e seletividade de informação a que assistimos todos os dias no POG (Partido das Organizações Globo) há dez anos, do Mensalão ao Lava Jato, como se os demais servidores plúblicos e políticos do Estado de São Paulo, apenas para ficar num exemplo, fossem todos beatos prontos à 'merecida canonização'. Vide, também como exemplo, o Caso do Cartel do Metrô e CPTM, que o POG - nas parcas vezes que fala, fala rapidinho por menos de um minuto apenas para carregar a pecha de discriminação em relação ao PT e demais partidos que apóiam o Governo Federal. Resumindo: a quebra do 'sigilo telefônico' do Doutor Capez e adjacências familiares e de amigos. Não custa nada também quebrá-los, como ele próprio autorizou a quebra dos sigilos 'fiscal e bancário'. Ou o sigilo telefônico estará na Moita dos serviços de telefonia, privatizados nos governos do PSDB, partido de Sua Excelência? continuar lendo

Esta situação me fez lembrar de um livro que se chama ¨A LUTA PELO DIREITO¨. Bem todos que leram o livro sabe muito bem do que eu estou falando. Mesmo que a pessoa seja julgada inocente , para a sociedade ela já esta condenada faz tempo! continuar lendo

É Wanderley.., como comento abaixo, culpado ou não ele mergulhou vestido de branco num mar de lama invencível! Por que? continuar lendo

Para qualquer membro do PSDB sempre haverá presunção de inocência. continuar lendo