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23 de Abril de 2024

Fosfoetanolamina Sintética. Conheça a história da substância que promete a cura do câncer

O especialista explicou que a ingestão das cápsulas fazem com que as células cancerosas sejam mortas, fazendo com que o tumor desapareça entre seis e oito meses de tratamento.

Publicado por Fátima Burégio
há 9 anos

Estudos desenvolvidos na Universidade de São Paulo (USP) apontaram para uma substância, a fosfoetanolamina sintética, como possível cura do câncer. Gilberto Orivaldo Chierice, um professor aposentado da universidade, foi quem esteve à frente dos estudos por mais de 20 anos.

Como age a fosfoetanolamina sintética?

De acordo com o professor, a fosfoetanolamina sintética imita um substância que existe no organismo e então sinaliza as células cancerosas para que o sistema imunológico as reconheça e as remova.

O especialista explicou que a ingestão das cápsulas fazem com que as células cancerosas sejam mortas, fazendo com que o tumor desapareça entre seis e oito meses de tratamento. Mas, o professor enfatizou bem o fato de que isso irá variar de acordo com o sistema imunológico de cada paciente.

A utilização da droga

A fosfoetanolamina (ou fosfoamina) vinha sendo estudada desde os anos 90 e era entregue de forma gratuita no campus da Universidade de São Paulo, em São Carlos. Acontece que em 2014, por causa de uma portaria determinando que substâncias experimentais tivessem todos os registros antes de serem disponibilizadas à população, a droga parou de ser entregue pela universidade.

Sem a licença da Anvisa, elas passaram a ser entregues somente se determinadas pela justiça. Pacientes com câncer passaram a obter liminares para conseguir a fosfoetanolamina, mas, mais uma vez, a Justiça entra em cena e a partir de então todas as autorizações foram suspensas pelo Tribunal de Justiça de São Paulo.

A USP colocou que não tem capacidade para produzir a droga em larga escala, mas concorda que a regulamentação se faz necessária. A Sociedade Brasileira de Oncologia tem a mesma opinião.

Já a Anvisa diz que o produto não foi pesquisado clinicamente e que não houve por parte da universidade nenhum movimento buscando transformar a fosfoetanolamina em medicamento. Complementou dizendo que para conseguir o registro, precisa, além da requisição, apresentar documentos e análises clínicas.

A agência chegou a alegar que não havia comprovação nenhuma de que a substância fosse capaz de curar o câncer e que a distribuição à população era ilegal.

Em agosto foi divulgado um e-mail que a Fiocruz teria enviado à USP, demonstrando interesse em assumir a condução dos exames que a Anvisa exige e começar a produção do medicamento.

O professor Chierice afirmou que também há um outro país interessado em fabricá-la, só que isso se tornaria inviável pelo preço que teríamos que comprar o medicamento. Atualmente, cada cápsula tem um custo de produção de menos de R$ 0,10

O que é a fosfoetanolamina sintética?

A fosfoetanolamina é a combinação de uma substância bem comum, chamada monoetanolamina, que se utiliza em xampus para cabelos e mais o ácido fosfórico, um conservante de alimentos. As substâncias combinadas geram a fosfoetanolamina, que é um marcador de células diferenciadas – neste caso, as cancerosas.

É bem importante lembrar que o surgimento dessa substância pode significar uma grande derrocada da indústria farmacêutica, que fatura milhões com o câncer.

No início do mês, dia 1º de outubro, aconteceu uma reunião entre pesquisadores e políticos, para que discutissem a substância. O objetivo da reunião foi fazer os acertos de uma apresentação da droga em uma audiência pública em Brasília, para que os testes clínicos fossem agilizados.

Um dos pesquisadores, o médico Renato Meneguelo, além de apresentar documentos sobre estudos da substância e anunciar “luto” pelos pacientes com câncer, disse: “A gente tem que lembrar de uma coisa. Nós estamos na contramão do que existe na pesquisa hoje em dia sobre câncer. Nós estamos pesquisando um outro lado. Porque, quando todos pensam a mesma coisa, ninguém, ninguém pensa grande coisa”. Essa declaração teve bastante repercussão nas redes sociais.

Nessa reunião foram apresentadas teses, dissertações, relatos de casos em que os pacientes tiveram melhora em seus quadros clínicos e também os passos necessários para que os estudos sejam concluídos e se consiga o registro junto à Anvisa.

Também entrou no debate a decisao do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia suspendido as liminares que davam direito a alguns pacientes de receber o composto. “Vou pedir ao presidente do TJ que reveja essas liminares, que tenha sensibilidade diante desses depoimentos”, disse o deputado estadual Rodrigo Moraes (PSC-SP).

O desembargador José Renato Nalini, presidente do Tribunal de Justiça de São Paulo, que havia suspendido o fornecimento da substância fosfoetanolamina sintética para pacientes com câncer, reconsiderou a sua decisão e informou, no dia 9 de outubro, que os pacientes que precisam obter as cápsulas devem entrar com um pedido na justiça. O desembargador afirmou que não se pode ignorar os relatos de pacientes que obtiveram melhora em seus quadros da doença.

Fonte Blog Central da Lapa

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Disponível em: https://www.jusbrasil.com.br/noticias/fosfoetanolamina-sintetica-conheca-a-historia-da-substancia-que-promete-a-cura-do-cancer/243826237

16 Comentários

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Na realidade o que esta acontecendo é um "braço de ferro" entre uns pobres Doutores da USP e as multinacionais mais ricas e poderosas do mundo. Acreditar que esses "míseros" cientistas tenham qualquer chance de vitoria é confiar cegamente que o presente esperado sera trazido por Papai Noel em sua carruagem de renas na meia noite de Natal. Acredito que esses poucos Juízes lúcidos, e que não se dobraram as farmacêuticas, correm sérios riscos de terem, a exemplo de Jango, um enfarte fulminante. continuar lendo

Exatamente isso! Os doutores querem que a droga seja de graça, mas tem a máfia dos laboratórios!!! por isso essa polêmica... continuar lendo

Fiz uma rápida pesquisa sobre os estudos publicados e encontrei apenas avaliações usando animais.
É óbvio, porém, que a droga está sendo administrada também em humanos, o que poderia colocar a substância, em relativo pouco tempo, em condições de comercialização.
Entretanto, pelo pouco que vi (em reportagens e nas publicações da USP) não foram, nem estão sendo feitas pesquisas, ou seja, estudo controlado, utilizando esses pacientes (ou outros). Parece que apenas entregam a droga e, eventualmente, verificam o resultado.

É certo que os trâmites necessários para aprovação de uma droga para uso comercial são penosos, custosos e demandam muito tempo.

Mas, à primeira vista, parece que os pesquisadores não estão aproveitando a situação para acelerar o processo de aprovação.

Com o impacto popular que as notícias sobre essa droga está fazendo, e o grau de interesse social, acredito ser possível a obtenção de investimento (inclusive governamental) e, quem sabe, até mudar excepcionalmente, nesse caso, as regras impostas para os estudos.

Não tenho simpatia por qualquer teoria conspiratória. Mas também não posso deixar de observar que seria perfeitamente plausível um "lobby" da indústria farmacêutica contra a produção dessa droga.
Porém, se for esse o caso, talvez os próprios pesquisadores estariam divulgando algo relacionado, o que não se vê.
Nesse contexto, sem querer de forma alguma fazer mau juízo dos pesquisadores, também é preciso considerar a possibilidade de que estes estejam mais interessados em vender a patente sobre o medicamento do que levá-lo à produção regulamentar. A patente, por sinal, não é da USP, mas sim, exclusiva dos pesquisadores: Gilberto Orivaldo Chierice, Salvador Claro Neto, Antônio José Reimer, Sandra Vasconcellos Al-Asfour, Renato Meneguelo e Marcos Vinicius de Almeida.

Tomara que nada disso se mostre verdade e que esse novo remédio, aparentemente bastante eficaz e barato, possa estar disponível para todos rapidamente. continuar lendo

John Doe... Você escreveu "Nesse contexto, sem querer de forma alguma fazer mau juízo dos pesquisadores, também é preciso considerar a possibilidade de que estes estejam mais interessados em vender a patente sobre o medicamento do que levá-lo à produção regulamentar"
Cara, você caiu aqui de paraquedas? Pesquise na internet pelo menos, antes de escrever uma bobagem dessas. Essa Fosfoetanolamina da USP foi descoberta nos anos 90, há mais de 20 (VINTE) anos!! E os pesquisadores não encontraram ninguém, nem da área de saúde do próprio governo, para regularizar essa substancia como remédio, e com a condição de ser distribuída de graça!! Assim como eles já o fizeram bancando a fabricação e distribuição da mesma com dinheiro do próprio bolso há mais de 20 anos! Por isso não houve interessados! Mas interessados na patente não faltaram, pois ela vale milhões! continuar lendo

Wander Silva,

Presumo que cheguei aqui da mesma forma que você e todos os outros que participam.
A não ser que você seja especial.
Pela forma como fala, parece ser.

Pela veemência nas afirmações que faz, com vários pontos de exclamação, com certeza deve ter informações altamente precisas, completas e privilegiadas sobre o que trata o artigo.
Então, deixe de lado as bobagens que eu escrevo e faça melhor uso da sua sabedoria.
Será bem mais produtivo dirigi-la não a mim, mas aos órgãos governamentais que ignoram o seu rico conhecimento.
Dirija-se à Anvisa, ao Ministério da Saúde, à USP, ao Governo do Rio Grande do Sul (que, por sinal, já está investindo na pesquisa daquela droga).
Eles certamente farão melhor uso das suas privilegiadas, imparciais e sábias considerações. continuar lendo

Todo paciente tem laudo que comprove sua condição, será que é tão difícil refazer os mesmos exames em quem está usando a fosfo e comparar? continuar lendo

O mais importante a se considerar que o desespero, tanto de um paciente com câncer, quanto de seus familiares, os levam a tentar inclusive "medicinas alternativas" que nem sei se mereceriam este título. São feitas até cirurgias espirituais na tentativa de cura da doença.
Acredito que se esta química não faz bem, tudo indica que mal também não fará, e ainda assim lhe restará os resultados atribuídos aos placebos. Não há porque proibir, é uma atitude que vai contra, provavelmente, as ultimas esperanças de muitas pessoas. Se os resultados forem realmente bons, muito em breve, apesar do lobby que grandes laboratórios possam exercer, a verdade acabará prevalecendo. continuar lendo

A USP parece que está sendo irresponsável, 20 anos de pesquisa e não fez nada? Nem registro na ANVISA, etc? A Universidade poderia ganhar milhões com a distribuição desse remédio e poderia melhorar suas estruturas ao invés de ficar pedindo dinheiro ao Governo do Estado. continuar lendo

Creio que o embargo se faz pela " máfia dos laboratórios, da indústria farmacêutica, eles que querem somente obter lucros e vantagens comerciais sem se importarem com a cura ou não dos pacientes. continuar lendo